1º Simpósio cearense em doença de chagas Comemoração aos 10 anos do Serviço de Atenção Farmacêutica da Universidade Federal do Ceará aos portadores de doença de Chagas Clique aqui e faça sua inscrição

A associação entre a doença de Chagas e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) tem sido levantada em vários estudos. Bertanha et al. (2008) encontraram uma prevalância de 55,2% para HAS ao analisarem os prontuários de 125 pacientes chagásicos atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Gurgel et al. (2003) encontraram uma porcentagem um pouco menor, 33,3% (225), entre 675 pacientes chagásicos crônicos acompanhados no serviço de cardiologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Na mesma instituição, Gurgel & Almeida (2007) encontraram uma prevalência de 32,7% (33) quando realizaram buscas nos prontuários de 101 necropsias de pacientes chagásicos crônicos. Silva et al. (2010) e Guariento et al. (2009) evidenciaram prevalências de 64% e 23,6% de pacientes portadores de HAS, respectivamente. Porém, a real associação entre doença de Chagas e a HAS foi demonstrada em estudo recente realizado na Argentina, Vicco et al. (2014) apontaram a doença de Chagas como sendo um fator de risco para o desenvolvimento de HAS (OR=4,95). Neste estudo, foram avaliados 200 pacientes, sendo que metade deles possuía sorologia positiva para a infecção por T. cruzi. Outros fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão são idade avançada, baixo nível socioeconômico, consumo de álcool e sedentarismo, fatores esses também observados em pacientes com doença de Chagas. Além disso, o risco absoluto para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em decorrência de HAS só aumenta com a idade e por isso, este fator se torna de grande relevância (LEWINGTON et al, 2002).

               A doença de chagas é considerada um problema de saúde pública na América Latina (DIAS, 2000). Estima-se que existam de 7 a 8 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo, principalmente na América Latina. (WHO, 2014). E é considerada a mais importante parasitose endêmica no México e na América do Sul. Na região, estima-se que, aproximadamente, 14.000 pessoas morrem devido a essa doença a cada ano. (VIEIRA et  al., 2009).                Segundo meta-análise desenvolvida por Melo et al.(2013), o Brasil teria uma população de aproximadamente 4,6 milhões de infectados, considerando-se o Censo Populacional Nacional realizado em 2010 e extrapolando os dados coletados de outros estudos.                O município de Limoeiro do Norte, no período de 2009 a 2011, apresentou o maior índice de infecção em triatomíneos capturados (5,0 %), dentre os municípios atendidos pelo Programa de Controle da Doença de Chagas do Laboratório Regional de Endemias do Limoeiro do Norte – CE. Nesse mesmo estudo, verificou-se que os municípios da região sudeste do Ceará apresentaram altos índices de infestação por triatomíneos nos três anos do estudo. Alertando-nos que a realidade da doença de Chagas ainda é uma preocupação no estado do Ceará (VASCONCELOS, 2013). Referências bibliográficas: DIAS, J.C.P. Vigilância epidemiológica em doença de Chagas. Cad. Saúde Pública, v. 16, p. 43-59, 2000. MELO, F.R.M et al. Prevalence of Chagas disease in Brazil: A systematic review and meta-analysis. Acta Tropica. v. 130, p.167-74, 2013. VASCONCELOS, A. S. O. B. Índice de infestação e infecção de triatomíneos por Trypanosoma cruzi na região sudeste do Estado do Ceará. 75p. Dissertação (Mestrado). Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. 2013. VIEIRA, J. L; et al. Cha­gas disease centennial anniversary celebration: historical overview and prospective proposals aiming to maintain vec­tor control and improve patient prognosis – a permanent challenge. Mem Inst Oswaldo Cruz, 2009;104:(Suppl1):5-7. WHO, World Health Organization. 2014. Chagas disease information. Disponível em < http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs340/en/ >. Acesso em: 10.abril.2014.